A Catira ou Cateretê é uma dança do folclore brasileiro cujo ritmo musical é marcado pelo palmeado e sapateado dos dançarinos. Possui origem híbrida tendo recebido influências de indígenas, africanas e europeias. É uma dança, predominantemente masculina, constituída por seis a dez pares de dançarinos ou catireiros e uma dupla de violeiros que tocam e cantam a moda. O tema da moda é narrativo e variado.
É uma dança típica do interior do Brasil nas regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, norte do Paraná, Tocantis e, principalmente, de Goiás, onde a cultura sertaneja é forte. Apesar da aparente semelhança, as diferenças no ritmo de uma região para outra são nítidas.
Segundo historiadores, a dança foi difundida pelos peões dos Bandeirantes que a defendiam no caminho das Bandeiras por onde acampavam. Vários autores, inclusive Mário de Andrade, contam que a dança, no Brasil, se originou com os índios. Por isso, Padre Anchieta teria composto versos de catira a fim de catequizar os índios e caboclos. Além disso, ele a teria incorporado aos festejos de São Gonçalo, São João e Nossa Senhora da Conceição, da qual era devoto, entre os anos de 1563 e 1597.
Há os que dizem que a dança veio da Oceania juntamente com os australianos enquanto outros dizem que ela veio da Alemanha. É certo que tenha adquirido características dos três povos citados e recebido influências de outros povos que imigraram para o Brasil. Em Mato Grosso do Sul, a família Malaquias é uma grande divulgadora da dança já em Uberaba, a família Borges é uma das grandes divulgadoras do ritmo.
A dança acontece com a disposição dos catireiros em duas filas opostas, ficando o violeiro e o cantador na extremidade de cada uma delas. O cantador acompanha o violeiro entoando a cantiga uma terça acima ou uma terça abaixo. O ritmo é iniciado pelo violeiro que toca o "rasqueado", que são toques rítmicos específicos, para os catireiros dançarem, prosseguindo com o cantador e sua moda de viola. Na sequência, a cantoria é interrompida e o rasqueado é repetido para os catireiros dançarem. O tempo da cantoria é o descanso dos catireiros que aguardam o rasqueado para os novos palmeados, pulos e sapateados.
Quando a moda termina, os catireiros giram, alternando palmeados e sapateados como figuração da "serra abaixo". Em seguida, retornam aos lugares originais. O "recortado" é o encerramento da dança. Nele, as fileiras encabeçadas pelos músicos trocam de lugar, fazem meia-volta e retornam ao ponto inicial. Neste momento, todos cantam o "levante" que é a canção que varia de acordo com o grupo. Por fim, o "recortado" termina com novos sapateados e palmeados apresentados pelos catireiros.
(Texto do Wikipédia adaptado por Renata Castro)
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