Hoje, compartilho com vocês, o primoroso trabalho de Salo mão Souza, meu amigo poeta e pedagogo. O poema Tarde é tão belo que qualquer um de nós, ao lê-lo, se consola com o calor extremo que tem nos assolado neste início de primavera. Fiquem em boa companhia com a tarde do amigo poeta. Visite o blog dele clicando aqui.
Tarde
Salomão Souza
Minha pele quase queima
nesse calor infernal
nesse cheiro de queimadas
que ao sopro morno do vento
reclama a tarde de sábado.
Olho triste o sol poente
com vontade de vagar
por uma trilha no mato
e quem sabe mergulhar
pés cansados no riacho.
Na impossibilidade de ter
meus desejos satisfeitos
sento-me conformado
e me ponho a escrever
sobre trilhas e sobre águas.
Assim amenizo o calor
apago o fogo por dentro
serpenteio nos caminhos
de algum riacho que invento
pra meus olhos desaguar.